quarta-feira, dezembro 14, 2005

Espetáculo de Educação para o Trânsito

Iustração: Julio Cesar Moreira de Almeida

ASSET – EPTC – PMPA


apresentam


“COM LICENÇA, PRECISO PASSAR!”


A Empresa Pública de Transporte e Circulação (EPTC), por meio da Assessoria de Educação para o Trânsito (ASSET), vem desenvolvendo atividades pedagógicas com o objetivo de estimular a reflexão sobre a necessidade de mudanças de atitude e comportamento no trânsito.

O Grupo Trilhas e Percalços, da ASSET, dentro desta proposta, traz à cena "Com licença, preciso passar!" - um espetáculo infantil divertido e bem humorado, que tem por objetivo conscientizar as crianças sobre a importância da organização e da segurança no trânsito. Trata-se de uma forma lúdica de aprender a conviver, com respeito e tranqüilidade, nas ruas de nossa cidade, tomando como exemplo a atitude dos bichinhos da floresta.

SINOPSE

A Praça, no centro da floresta, é um local muito movimentado. O Mola, o Tromba, a D. Quitéria Vagarosa e os outros animais lá se encontram, brincam e trabalham. Somente Leo percebe que a praça está na maior bagunça, e tenta incansavelmente organizar o movimento e o uso do espaço. Numa tentativa desesperada, sinaliza a praça de forma arbitrária - todo e qualquer movimento fica proibido naquele espaço. Como reverter esta situação de forma que ninguém saia prejudicado e que todos aprendam a compartilhar amigavelmente a praça?


FICHA TÉCNICA

TEXTO:

Criação Coletiva sobre argumento de Iaraci de Souza Silva / Dramaturgia: Magali Hochberg

DIREÇÃO:

Magali Hochberg

ELENCO:

Iaraci de Souza Silva, José Nilson Padilha Bueno e Rafael da Rosa

CENÁRIO, ACESSÓRIOS CÊNICOS E ADEREÇOS:

Maíra Coelho e Patrícia Preiss

FIGURINOS:

Magali Hochberg (criação) e Margarida Rache (confecção)

MÚSICA:

Roberto Kopp e Caio Amon

ILUSTRAÇÃO:

Julio Cesar Moreira de Almeida

REALIZAÇÃO:

ASSET – EPTC – PMPA


A estréia do espetáculo (para funcionários da EPTC e suas famílias) ocorreu no dia 22 de Dezembro de 2005, na ASSETRAN.


A partir de Maio de 2006, a ASSET estará agendando apresentações em escolas e pré-escolas que tenham interesse em desenvolver um projeto de educação para o trânsito.

Entre em contato com a ASSET pelo telefone: 32894427

Foto: Gustavo Muller, divulgação/ZH
Roger Lerina
CONTRACAPA - 2º CADERNO da ZH

Olha só que bacana: o espetáculo Ovelha negra - A versão do rebanho (em cartaz até o dia 18, de sextas a domingos, na sala 309 da Usina do Gasômetro) pede um utensílio doméstico em bom estado em vez de cobrar ingresso ou exigir a doação de alimentos. A Cia. Ameixa Fúcsia já arrecadou mais de uma centena de objetos com esse ingresso singular - tem ferro de passar roupa, colher de pau, talheres, canecas, peneiras, funil, conchas, potes de plástico, martelo de carne, jarra, xícaras, escorredores de louça e de massa, térmica, panelas, espremedor de laranjas, tábua de carne, coadores... Essa traquitana toda será doada em março para os moradores da Ilha Grande dos Marinheiros, depois de uma apresentação da peça. Segundo a produtora do espetáculo, a atriz Letícia Schwartz, são pedidos utensílios na entrada por causa da relação com a temática da montagem do texto de Jorge Rein sobre improvisações livremente inspiradas em conto de Italo Calvino: habitantes de um vilarejo que entram na casa dos outros e se apropriam dos bens alheios.

sábado, dezembro 03, 2005

Ovelha Negra - crítica de Antônio Hohlfeldt

Antônio Hohlfeldt - cultura@jornaldocomercio.com.br

02/12/2005

Um espetáculo estranho


Estranho, curioso: dark. Não encontro outro adjetivo para caracterizar Ovelha negra: A versão do rebanho, criação coletiva do grupo Ameixa Fúcsia, com dramaturgia de Jorge Rein e direção de Luciane Panisson.Num primeiro momento, é quase um ritual. O espectador é convidado a colocar uma venda nos olhos e conduzido para dentro do espaço cênico onde ouve falas cochichadas ao ouvido e depois textos que se entrecruzam. Então, é um ritual, mesmo, que está acontecendo em cena, quando somos todos convidados a retirar a venda. O que visualizamos é uma prédica religiosa que envolve uma pregadora e alguns devotos.
O espaço cênico de Álvaro Vilaverde é totalmente "dark": objetos espalhados por todo o espaço, pedaços de pano, sobras do que parece uma guerra. É um espaço marginal, sem dúvida. E ali (sub)sobrevivem seres humanos marginais. Felizmente, a dramaturgia escapa de simpatias simplórias: as pessoas resolvem a seu modo os seus problemas, mas respeitam uma espécie fundamental de mandamento: a cada dia, após o encontro religioso, vão umas às casas das outras, onde buscam objetos e coisas propositadamente deixados para serem apanhados. Uma espécie de socialização que, um belo dia, é quebrada com a chegada de um estranho, por isso mesmo denominado de Ovelha Negra.
Que é uma fábula, não tenho dúvidas. Que se trata de defender a concepção socialista e comunitária de vida, também não. Que para isso tudo idealizou-se um espetáculo denso, difícil de ser realizado e interpretado, igualmente fica evidente. Aliás, o elenco jovem, composto por Cícero Neves, Letícia Schwartz, Magali Hochberg, Patrícia Ragazzon e Patrícia Sacchet, faz das tripas coração para cumprir com todas as exigências, o que não é de modo algum fácil. Neste sentido, sem ter nenhum grande intérprete, até porque o elenco é muito jovem para o desafio que lhe é colocado, o conjunto é harmonioso e respeitável, por todo o esforço que realiza com convicção.
O resultado de todo o trabalho é, como disse desde o início, um espetáculo denso, tenso, estranho e dark. É dark na maneira como apresenta o tema, é escuro no modo como a cena se desenvolve. É pesado pelas alternativas buscadas e pelo propositado rebuscamento, aliás, muito identificado com a dramaturgia de Rein, que gosta de textos ambíguos, pequenas piadas rápidas, personagens e tipos incomuns. O que se pode dizer é que durante quase hora e meia é difícil desviar a atenção da cena, mesmo com as cadeiras pouco confortáveis, com o calor e com a complexidade do trabalho. Às vezes cansa, a gente se distrai: mas em seguida acontece algo novo em cena e lá estamos nós, de novo, a prestar-lhe atenção. Se esses foram os objetivos do grupo, pode-se garantir que foram atingidos.
Distantemente inspirados em Ítalo Calvino, como explica a diretora, fica a provocação e a sugestão. Conheça esse espetáculo: na pior das hipóteses, você não passará incólume por ele.